-
Arquitetos: Studio Jean Verville architectes
- Área: 181 m²
- Ano: 2022
-
Fotografias:Maxime Brouillet, Maryse Béland
-
Fabricantes: Alumilex, CIOT, Coalbrook, Kast Concrete Basins, Litze Decca , Mutina
Descrição enviada pela equipe de projeto. Seduzidos pela narração fotográfica que ilustra os projetos do Studio Jean Verville, dois admiradores excêntricos, apaixonados pela arte e pelo design italiano dos anos 80, o convidaram para projetar seu refúgio na floresta. O objetivo era abrigar suas vida cotidiana com energia, um desafio em absoluta coesão com a abordagem disruptiva do Estúdio.
O projeto concretiza um universo alternativo personalizado, concebido num espírito colaborativo e numa abordagem lúdica com o rigor matemático arquitetônico. MEV explora a associação de geometrias e cores sob o impulso do universo rebelde do grupo italiano Memphis, a antítese à monotonia e a arquitetura e design monocromático de seu tempo.
Articulado com estratégias meticulosas que evocam este universo maluco dos anos 80, o projeto celebra uma multiplicidade de referências em um sistema de relações expressivas e contrastantes a fim de comunicar a personalidade dos proprietários. A favor da integração com a natureza ao redor, esta casa atelier revela uma forma orgânica e uma aparência bruta, confrontando seus materiais com um conjunto de linhas curvas em uma implementação meticulosa. Sua extravagância se manifesta no interior com grafismos, onde volumes e materiais se desenvolvem numa brilhante organização cromática.
A localização desta composição eclética é determinada pela presença de um riacho que atravessa o terreno. No lado sul, a disposição linear dos cômodos permite uma visão constante da paisagem e de seu córrego. No lado norte, dois volumes distintos, ligados por uma entrada totalmente envidraçada, aparecem como uma longa fachada cega unificada por uma única cobertura. Enquanto uma lógica inteiramente matemática de funcionalidade convida à exclusão das superfícies do telhado em um diagrama booleano, sua forma é redefinida por um deslocamento no eixo da cumeeira, que frustra a leitura da volumetria e anima a silhueta com uma nova complexidade.
Convergindo em um conjunto de soluções formais, os volumes ocultam tanto o armazenamento quanto os elementos domésticos para articular um sistema estruturado. Brincando com as possibilidades de impacto visual, as texturas, as cores e os materiais exploram a luz em uma reflexão caleidoscópica. Volumes e superfícies jogam jogos de oposição formal, adornados com uma diversidade de elementos, padrões e cores que procuram traços da infância. A quintessência do refúgio na natureza, a floresta Laurentiana acolhe o estúdio da casa em uma parcela de seu território que permaneceu fora de alcance, proporcionando um lugar de habitação e trabalho, vibrante e livre.